22 maio 2010

Rejoice

Numa bela tarde de sábado, sozinho em casa, resolvo passar o tempo em companhia de uma garrafa de whisky e uns dvds de musica. Dentre eles, um bendito show do U2 do ano de 1983. E a senteça era certa desde o início: lágrimas rolariam.
É engraçado essa sensação de que a gente nao envelheceu, ou de que tudo que aconteceu na nossa vida não tem mais do que uma semana, no máximo. Sinto os cheiros, as sensações, o clima, tudo de novo, como se eu não tivesse envelhecido um dia sequer. E quando me olho no espelho, eis o ridículo homem de 34 anos, com o rosto marcado pelo tempo se sentindo um adolescente.
Lembro-me de alguns adolescentes que enconro no onibus todos os dias, quando vou ao trabalho. Lembro-me das inúmeras vezes que eles tiram o sarro das pessoas mais velhas, se riem disso e, aparentemente, nao se lembram de que um dia vão envelhecer tambem e que, inevitavelmente, serão alvos de gozações dos adolescentes...
Vem então à mente: será que realmente envelhecemos?
Não sei... honestamente eu não sei. Semana passada, ou melhor, há quinze anos, eu pulava, dançava, enlouquecia ao som dos meu ídolos. Saía com amigos para noitadas interminaveis e, no dia seguinte, acordava pronto para mais, como se nada tivesse acontecido. E não me cansava.
Era eu. Este mesmo corpo, esta mesma mente, esta mesma pessoa. Por que tudo insiste em se dizer velho? Eu não quero envelhecer... não no sentido físico, porque isso é inevitável... mas não quero me tornar um homem velho, fechado, enterrado numa realidade em que não me sinto confortável.
Não quero ser apontado na rua e ser taxado de ridículo...
Não quero fugir do tema que queria falar hoje, por isso, estou terminando. Vou voltar para meu video... Coincidentemente o U2 acaba de começar "Stories for Boys"...